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quando fotografo engulo ar minha pele faz fotossíntese basta um instante é possível ser viável me revolta a doença e a morte, mas não adianta de nada quando uma árvore toca o vento existe um movimento todo dia se nasce, se morre, se vive ler alberto caieiro até parar pra pensar o outono atabaques tocavam na porta do nascimento escreveu 30K como quem foge desejava acima de tudo a força do vácuo
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não dá pra levar nada muito a sério porque parece que são só  são só sombras dançando na sua frente dançando evanescendo revirando sombra olhar fundo lodo oxigênio bar norte palavra mar saliva jogo bilhar antes era preciso estar parado jorrar jogar luz naquela pedra pétrea imutável imóvel palco da mesma dança, base, linóleo simplesmente a pedra tempo da valsa que acontece entre seus menores poros relevo marco  marca d'água que escorre lambe e faz brilhar lembrar que está lá existe lá
a alma das coisas está nas frestas matar a vontade ou deixá-la viver? desesperançar não julgar distrair deixar que apenas o desejo prevaleça satisfeito
As coisas simplesmente acontecem. Na calçada do prédio comercial, dois homens, isolados em pensamentos bolha, chupam cigarros como o peito de suas mães. Na empresa não é permitido fumar. Na empresa não é permitido ser. Faz diferença. Na esquina, o morador de rua porta um espelho e um pente com o qual modela cuidadosamente seus cabelos crespos e bicolores, meticulosamete divididos ao meio, uma espécie de guarda-chuva. Faz frio. O vazio na barriga estimula o homem se embelezar, organizar seus fios para que algo se aqueça. Para que de algo se esqueça. Faz fome. Na rua, uma família transforma lixo em mercadoria, transforma a esquina em sua moradia, transforma o cachorro em seu amigo. Faz bem. Na barraca do frango, seu Manuel, após operação de catarata, um deslocamento de retina e um deslocamento da rotina, já não enxerga o ovo quebrado nem a quantidade de troco. Espera um freguês. Espera uma cirurgia. Espera. Faz tempo. São muitos os Manoéis.  O que é porteiro do p
Críticos saltos quânticos Por enquanto treinar dois superpoderes: sorrir e olhar no olho Tocar em árvores para cumprimentá-las O lusco fusco é a hora em que as coisas são mais possíveis Não me olho mais no espelho O suficiente pra saber que ainda estou lá Reflexos são decisões cotidianas Fome de mundo Vontade de narrar tudo que não cabe no papel Desejo de caber em mim, no atravanco das palavras desembaraçadas Sábado alguém se muda Um homem arruma uma esquina, constrói comércio, uma casa pra morar, um cachorro pra alimentar Uma mulher passa em frente à vitrine e vira neón Psico grafias O corpo da lua quando cresce derrama e torna líquidas as coisas mais duras O melhor presente é aquele que chega fora de data
ah, o brilho hipnótico e evanescente das luzes amarelas (sim, a obsessão por elas) que pingam de abajures, postes, tochas, velas que pingam o tempo em franjas de vento antiguidade  umidade na pedra desnível na calçada  mato em terreno baldio eco específico de passos amarelo que irradia desejos pulsantes pulsos dançantes densidade no ar mistérios plantados em frestas igrejas vazias e silenciosas padres sem sermão história derramada das coisas tempo que não se captura apenas respira e exala flashes concertos incontidos valsas ao piano relógios que marcam uma presença delicada, dilatada e desconhecida ponte que agora se projeta entre ontem e amanhã espaço interpenetrado e corrente coração que bate vermelho toque de musgo e a alegria de se perder  becos e avenidas belezas e cicatrizes